Um relatório divulgado pela ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira (6), mostra a triste realidade vivida por muitos brasileiros nos últimos três anos. De acordo com os dados do levantamento, pouco mais de 60 milhões de pessoas no país viveram algum tipo de insegurança alimentar entre os anos de 2019 e 2021, o que representa praticamente três em cada dez cidadãos brasileiros.

Situações que exemplificam a insegurança alimentar vivida por cerca de um quarto de nossa população ganharam destaque recentemente nos noticiários. Como não lembrar das pessoas que faziam fila para pegar restos de ossos e tentar tirar deles algo para complementar ou servir de refeição? Ou das pessoas que estavam se arriscando ao entrar em caminhões de lixo em busca de restos de alimentos? Ou mesmo de homens, mulheres e crianças que vasculham lixões a procura de sobras que possam alimentá-los? Esses exemplos são alguns dos poucos que chegam ao nosso conhecimento e não são os únicos em um país de dimensões continentais e onde há tamanha desigualdade.

Essa triste realidade pode não chegar aos olhos de boa parte da população, mas ela existe e tem atingido cada vez mais pessoas nos últimos anos. A pobreza extrema cresce a passos largos e muito pouco é feito para revertê-la. Com isso, o número de pessoas que não sabem se conseguirão o que comer no dia seguinte apenas cresce.

É necessário cobrar de quem ocupa e de quem virá a ocupar os cargos de poder nas cidades, estado e país a adoção de medidas para que essa situação não siga crescendo e para que quem sofre com ela passe a ter o mínimo de dignidade.